sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Fatos e palavras de fato

Falar sobre meus primeiros contatos com a escrita é um assunto um tanto delicado. Não que isso se deva a experiências traumáticas, o fato é outro: as lembranças simplesmente se perderam no tempo. Imagens quebradas e nebulosas de professoras do primário me vêm à cabeça, mas a lembrança marcante foi o presente de um primeiro livro. Talvez a mais marcante, por isso, antes de falar da escrita, é preciso falar da leitura. Foi com ela que as palavras escritas passaram a ter, para mim, uma infinidade de aplicações e serventias que vão muito além do simples fato da comunicação.

Era meu aniversário. Não sei ao certo quantos anos fazia eu naquele ano. Meu padrinho me deu um livro, o, até então, desconhecido Harry Potter. Meses antes, na livraria, minha mãe havia me mostrado o mesmo título. Obviamente eu não havia me interessado, ainda estava na fase dos livros “com bichinhos de apertar”. Porém, no meu aniversário, com o Harry Potter na mão e meu padrinho em minha frente, me senti na obrigação moral de lê-lo.

Não foi uma missão fácil, lembro, até hoje, que só comecei a entender o primeiro capítulo quando já estava na metade do quinto. Apesar da dificuldade, não desisti. Se meu padrinho perguntasse do livro, passaria vergonha. Continuei firme e, aos poucos, não apenas Hogwarts, mas todo um mundo oculto, constituído de palavras e idéias, foi sendo revelado a mim.

A partir de Harry Potter, me interessei pelos livros e não parei mais de ler. Minha estante só foi ganhando mais e mais exemplares. Como conseqüência, minha redação, meu vocabulário e a coerência do meu pensamento melhoraram muito. No entanto, a paixão pela escrita do caderno nunca superou a paixão pela escrita dos livros.

Até hoje não sei se essa paixão começou a partir do incentivo de parentes, da obrigação moral que senti em ler o “livro-presente”, ou se foi uma mistura de tudo isso. Porém, agradeço, sem saber ao certo a quem ou o quê, por me apresentar esse mundo da escrita.

Isabela Carpaneda Valle

4 comentários:

Belabela disse...

Alguma alma caridosa e paciente poderia arrumar a formatação do texto e colocá-lo na mesma fonte dos demais?? E com o mesmo tamanho tb??

Bruna disse...

Uai fia, aqui tá normal!
oO

ameeei esse seu texto, ahazzou, colega!
xD
beijo

Ms. Mary disse...

Velho, s� no quinto cap�tulo que vc conseguiu entender o primeiro?
eu sabia que vc era lesada mas nem tanto
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Brincadeira, gostei da cronica, ficou legal mesmo.

Belabela disse...

Agora é fácil entender os primeiros capítulos... Mas na época eu nunca tinha ouvido nada do mundo de Harry Potter. Aí o livro já começa falando de um menino que sobreviveu, de motos voadoras, de trouxas (mas que diabos eram trouxas?), corujas-correio e por aí vai...